quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

A Filha do Mal (The Devil Inside) - Trailler


Um novo filme sobre possessões demoníacas e exorcismo - o melhor exemplar deste tema é mesmo O Exorcista - já foram lançados vários outros sobre o assunto, mas poucos conseguem um bom resultado. O trailler a seguir é bem violento e assustador, recebeu censura para maiores de 18 anos. Acho que vamos ter um interessante filme de horror em breve. A atriz brasileira Fernanda Andrade é a protagonista.



terça-feira, 27 de dezembro de 2011

I Saw The Devil (2010)

Guardem esse nome - Jee-woon Kim, mesmo diretor de A Tale Of Two Sister e A Bittersweet Life, vem a cada filme se tornando uma referência do cinema oriental. 

O longa narra a história de um detetive,  Kim Soo-hyeon, que tem sua noiva assassinada por um doentio psicopata, Kyung-chul (Min-sik Choi, o Dae-su Oh de Oldboy) - revoltado com a forma como a moça foi morta, o jovem detetive parte em busca de vingança. Quando descobre o assassino, um interessante jogo entre os personagens começa.

Kim Soo-hyeon tem a intenção de fazer o psicopata sofrer, assim como sua noiva sofreu nas mãos dele - o detetive faz do assassino sua caça, e tortura-o lentamente, soltando-o logo depois, para persegui-lo e atormentá-lo de novo - o problema, é o que Kyung-chul gosta do jogo e decide entrar na brincadeira enfrentando o detetive frente a frente, que pode ser mais forte e inteligente, mas o psicopata é louco o suficiente para levar a história até as últimas consequências.

Como já comentei antes, o filme é brutal - violento graficamente e psicologicamente, com um rítimo frenético que prende do início ao fim - méritos as excelentes atuações do elenco, Min-sik Choi mergulha no personagem, e é dele os grandes momentos do longa, seu personagem é extremamente perturbador. Não temos um roteiro tão puta que pariu quanto o de Oldboy, mas tudo aqui é compensado com cenas de extrema tensão, e uma reviravolta que nos deixa de queixo caído. O único pecado do roteiro, é o final se delongar demais.

A vingança pode trazer paz para quem a procura? Sabemos que não é bem assim, a vingança não corrigirá nenhum erro, nem trará ninguém de volta - e o pior, as consequências podem ser desastrosas - essa é a mensagem que prega o filme. I Saw the Devil é mais um ótimo exemplar vindo do oriente, um filme memorável para quem procura algo a mais no cinema em meio a tantos blockbusters sem inspiração, pena que provavelmente nem será lançado por aqui.



Dirigido por Jee-woon Kim
Roteiro de Hoon-jung Park
Elenco: Byung-hun Lee, Min-sik Choi e Gook-hwan Jeon



terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Malditos Sean! (Argentina, 2011)


Melhor Longa de Horror, Melhor Longa Vítima e Melhor Longa Vilão - estes foram os prêmios que Malditos Sean! conquistou no festival Cinefantasy. Conforme já havia dito na resenha de Sudor Frio - me surpreendi com a qualidade técnica dos hermanos - esse foi o último e mais bizarro filme que vi no festival.

O filme é dividido em três momentos diferentes, que giram em torno de Ulisses, um curandeiro - na verdade mais para um bruxo - poderoso e vingativo. Em uma história, um matador contratado tenta se livrar do tormento da alma de um garoto morto por suas mãos, em outro momento - videntes tentam se livrar de um demônio que acompanha um simples homem que só queria ter mais sorte na vida. Enquanto Ulisses estava na cadeia, um grupo de policiais tenta salvar outro que desapareceu quando o bruxo era preso - o problema é que anões de jardim são ótimos para guardar coisas, inclusive maldições - em paralelo, Ulisses tenta escapar da prisão com ajuda de outros detentos, e sua vítima acaba sendo o delegado através de uma maldição bizarra.

Do humor negro ao bizarro - o filme tem uma produção impecável - a fotografia acinzentada em meio a um cenário sujo - belas atuações de todo o elenco - desde os caricatos policiais da década de 70, as videntes perseguidas por um demônio sanguinário. O roteiro é redondinho ligando as histórias paralelas e seus personagens - Ulisses tem motivos para ajudar uns e se vingar de outros.

Vale destacar o clima sombrio e agonizante do primeiro episódio, quando o fantasma do garoto atormenta o capanga - o humor negro do segundo episódio, onde o personagem interpretado por um dos diretores (o Mazzaropi, conforme disse Ivandro Godoy) tem um ato de heroísmo bastante peculiar para salvar sua amada das garras do Demônio, no momento mais hilário do longa -  por fim a maldição que é lançada sobre o delegado, tanto que rendeu o prêmio de melhor vítima para esse personagem.


Os diretores utilizam da regionalidade e de crenças locais para construir os personagens - videntes que vêem o futuro em borras de café; bruxarias; demônios - uma mistura de gêneros que impressiona pela criatividade do roteiro, e na mão pesada da direção. O Cinema Argentino Fantástico tem muito a mostrar para o mundo, assim como nós brasileiros - que sigamos o exemplo dos hermanos, e que seja dado o devido apoio e reconhecimento que esse gênero de filme merece por aqui.

Diretores: Fabián Forte, Demian Rugna
Elenco: Carlos Larrañaga, Hugo Halbrich, Simon Ratziel, Pablo Palavecino, Demián Salomón, Pedro Di Salvia, Victoria Almeida, Silvia Trawier, Lizzy Pane, Carlos Segane, Gabriela Mocca, Cucho Fernández, Víctor Cura, Natalia Señorales e Paula Bouquet Roldán.

sábado, 17 de dezembro de 2011

Alucardos - Retrato de Un Vampiro

Vencedor do prêmio de Melhor Filme do Juri Popular do CineFantasy, o qual fiz parte - o filme dirigido por Ulises Guzmán (que também ganhou o prêmio de Melhor Diretor) trata-se de um documentário, que resgata a memória do diretor Juan López Moctezuma - talvez o mais importante diretor de filmes de horror do México. Moctezuma assina obras importantes, entre elas Mansão da Loucura, e o mais conhecido por aqui Alucarda - La Hija de Las Tinieblas. Porém, o filme não se trata só sobre o diretor, é também sobre a incrível história de Manolo e Lalo - amigos, fãs da obra de Moctezuma.

Conhecemos no documentário, a história de Manolo, um jovem que desde novo é fã do filme Alucarda - a ponto de colecionar tudo sobre o filme e sobre a atriz principal, Tina Romero - o jovem que sofria bulling na escola onde estudava devido a sua condição (era hermafrodita), se identificou a sua maneira com o filme Alucarda. Mais tarde, conheceu Lalo - um jovem que morava em um carro, e tem em sua triste história, o assassinato de sua mãe pelo padastro, e todo o ódio que guardava por ele - através de Manolo, conheceu o filme Alucarda, e se identificou com a obra também. Em paralelo, vamos conhecendo também a história de Moctezuma, amante de jazz, talentoso radialista, e também fez parte da rede de TV mais importante do México - construiu uma família, a quem se dedicava com amor - tinha patrimônios milionários - e como já disse antes, foi responsável por importantes filmes de terror no méxico e no mundo. Com o tempo, Moctezuma perdeu quase tudo, inclusive a sanidade - acabou recluso em um hospício com esquizofrenia e Alzheimer.

Manolo e Lalo encontram o diretor, vão visitá-lo, e a pedido dele - o tiram do hospício (literalmente, o sequestram)- o levam para casa - e são responsáveis por recuperar a memória de Moctezuma - fizeram de tudo, inclusive levá-lo as locações dos filmes Alucarda e Mansão da Loucura - onde o diretor relembrou todo o seu passado. Manolo chegou até se fantasiar de Alucarda, causando comoção em Moctezuma. Devido a dedicação dos jovens - Moctezuma fez deles, guardiões de todo seu trabalho - hoje os dois são responsáveis pela posse de todo o material do diretor.

A maneira como do diretor Ulises conta toda essa incrível história - é um destaque a parte - misturando reconstituição de casos ocorridos, entrevistas, depoimentos, animações - o diretor conduz essa triste história de maneira ora tocante, ora assustadora - Relembra um universo de amor e loucura com maestria - uma atmosfera sombria para retratar um diretor talentoso, que até hoje é referência quando se fala de filmes terror.

Resgatar a história de Moctezuma, através da loucura e paixão dos jovens Manolo e Lalo - é de uma importância considerável para o cinema fantástico - Mesmo sendo um documentário, nós do Juri Popular, escolhemos Alucardos por unanimidade - por reconhecer todo o minucioso trabalho de Ulises Guzman ao contar essa triste história.

Direção: Ulises Guzmán
Elenco: Alessandra Moctezuma, Manolo Duran, Tina Romero, Juan Carlos Colombo, Christina Mason, Jorge Ayala Blanco, Luis Romano, Liliana Ortiz Durán, Lalo Casares, Eduardo Moreno, Carlos Monsiváis, Óscar Olivares, Alexis Arroyo, Juan López Moctezuma.



quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Diário de Bordo CineFantasy - Dia 03/12

Último dia de filmes - e após as exibições, o Alex, o Carlos e eu escolheríamos o melhor filme do Juri Popular, a escolha estava difícil - vimos o primeiro filme (Nevermore)  no hotel de novo, um rolé na galeria do rock a tarde, e depois conferimos O Barão, e Malditos Sean - conforme disse no post anterior - assim como Alucardos, a crítica de Malditos Sean será separada.

Nevermore - Três Pesadelos e Um Delírio de Edgar Allan Poe (Brasil, 2011)

Nevermore é uma compilação de 4 curtas, baseados em contos de Edgar Allan Poe, um dos maiores escritores de Horror no cenário mundial

Em Berenice, vemos história de Egeu, um jovem obcecado por sua prima doente, não deixando de pegar uma lembrança dela - até que ela volta dos mortos para buscar - uma fotografia primorosa e um final assustador.

Morella é praticamente um monólogo narrado pela personagem do título, uma história de amor, dor, morte e um renascimento perturbador - méritos para a atriz, que parece recitar uma poesia sombria.

O Corvo, famoso conto de EAP, porém a mais fraca adaptação - um corvo atormenta um homem entregue as bebidas, e com uma consciência pesada ao lembrar da morte de sua amada.

Ligéia - mais uma história sobre amor, obsessão, morte, e renascimento - ópio, demência - ingredientes deste último curta.

Alguns temas são recorrentes nos contos de Poe, paixões obsessivas, volta dos mortos, tormentos, loucura - o diretor tenta transcrever com fotografias psicodélicas e atuações são bem teatrais - um filme com  áurea cult - interessante, fiel aos contos - mas sem o real horror que Poe proporciona.

Direção: Paulo Biscaia Filho.
Elenco: Rafaella Marques, Andrew Knoll, Michelle Pucci.




O Barão (Portugal, 2011)

"Aqui quem manda, sou eu" - com essa frase na cabeça, saí da sala de exibição, após escutá-la repetidas vezes neste longa português. O filme tem uma história interessante - em 1943, uma equipe cinematográfica produzia um filme sobre o conto "Branquinho da Fonseca" - que narra a história de um Barão ditador, este, logo quando soube das filmagens - mandou destruir tudo. A equipe foi deportada e morta um tempo após.

E no ano de 2005, parte do trabalho foi encontrado - o filme foi restaurado e refilmado. A história gira em torno do Barão - ditador e cruel - todos tinham medo dele. A chegada de um inspetor educacional, desperta o interesse do Barão, que trata logo de recebê-lo em sua mansão, o jovem inspetor, mesmo contra sua vontade, fica, afinal o ditador não aceitaria um não como resposta. Dentro da mansão, o Barão repete várias vezes a frase "Aqui quem manda, sou eu" - com um tom as vezes autoritário, outras vezes lamentador - O Inspetor pouco a pouco vai se envolvendo com a figura sombria, o medo se torna fascinação. Com um fotografia em preto e branco soturna - o filme tem um clima sombrio e amedrontador, o Barão é retratado como uma aparência vampiresca, porém sem a vida eterna. Um belo trabalho do diretor.

Direção: Edgar Pêra
Elenco: Nuno Melo, Marina Albuquerque e Marcos Barbosa.






Festa de Encerramento Cinefantasy

Após as exibições, como já de conhecimento de todos, escolhemos Alucardos como o vencedor - a resenha será separada, e mais detalhada, onde a escolha da minha parte será justificada - Chegamos tarde a festa, o show da banda Damn Laser Vampires já estava acabando - mas deu para curtir o resto da noite, com a companhia dos novos amigos - Agradeço em especial ao Eduardo Santana e a Vivi, organizadores do festival, pela oportunidade de fazer parte do juri desse sensacional festival - para quem me conhece e sabe do meu amor pelo cinema fantástico, foi uma conquista muito importante para minha vida. Agradeço também a Pri Ruiz, que ficou responsável pelo nosso deslocamento entre os locais onde eram exibidos os filmes. Aos meus amigos de Juri, Alex e Carlos - pela companhia na maratona de filmes - ao Ronald Perrone e Osvaldo - do juri dos curtas - Aos diretores Rodrigo Aragão, Felipe M. Guerra, o mexicano Ulisses, a dupla alemã Daniel e Kasper - e a tantos outros - Mayra, Joel Caetano, Fonzo, Ivandro...- Obrigado a todos, a até ano que vem.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Diário de Bordo Cinefantasy - Dia 02/12

Neste dia, assistimos o primeiro filme no hotel. Tv de 32", ar condicionado, só faltou a pipoca (teve gente que achou que o cofre do quarto era um microondas). Assistimos a 4 filmes no total. Os filmes Alucardos e Malditos Sean, que ganharam os principais prêmios do festival, terão suas resenhas separadas

Skew (Canadá, 2011)

O canadense Skew, usa a batida técnica câmera na mão para dar um tom realista a trama - Rich, Eva, e Simon embarcam em uma viagem de carro - Simon pretende registrar tudo com uma filmadora. Durante o trajeto o casal Rich e Eva tentam entender porque Simon brigou com sua companheira (que também faz parte do ciclo de amizades), porém o mesmo tenta evitar o assunto. A câmera incomoda Eva, e pequenos conflitos começam a surgir - depois de um bom tempo de lenga lenga, Simon se assusta quando filma uma pessoa no quarto - depois ao tentar ver quem era, ninguém aparecia na filmagem - logo após o ocorrido - descobrem que o balconista do hotel está morto - a partir daí, estranhas coisas começam a ocorrer. Infelizmente não engoli a história da câmera amaldiçoada, que filma a pessoa, e logo depois ela morre, aparecendo como fantasma - essa fraca combinação de Bruxa de Blair e O Chamado podia ser compensada com cenas mais tensas e assustadoras - mas nem isso o filme consegue cumprir - a história acaba caindo em clichês de conflitos adolescentes, do tipo "Simon, você ama minha namorada?" - e acaba em um final tedioso e sem inspiração.

Direção: Sevé Schelenz
Elenco: Robert Scattergood, Amber Lewis e Richard Olak




Habano Y Cigarrillos (Argentina, 2009)

Outro filme argentino no festival, aqui uma história maluca de humor negro - Um grupo de amigos veteranos de escola, se encontram em um bar para relembrar os velhos tempos, depois desse encontro - Gustavo e Daniel, começam a trocar idéias, sobre ninguém ter se dado bem na vida - frustados e insatisfeitos com o trabalho, casamento - ficam pensando como seria se a sorte fosse outra. Daniel conta ao amigo uma estatística maluca em que, apenas um de cada grupo escolar, consegue vencer na vida, dando alguns exemplos, entre eles, um de sua própria turma. Daniel descobriu também após pesquisar muito, que se alguém matar um cara que se deu bem, a sorte passa pra ele - daí, já dá pra imaginar o que se segue - O filme começa bem, bons diálogos entre as conversas entre Gustavo e Daniel, e algumas cenas mostrando as rotinas de cada um - porém peca em algumas atuações, cenas que deveriam ser engraçadas mas acabam sendo irritantes - acaba caindo na repetição. Vale pela criatividade do roteiro, pena que mal aproveitado no desenvolvimento.

Direção: Diego Recalde
Elenco: Fernando Miasnik, Diego Recalde, Patricio Franco, Diego Sehinkman, Florencia DA’gostino, Osvaldo Djerejian, Valeria Kamenet, Lucy Czopowicz, Marta Molina, M25, Daniel Ortíz, Facundo Saltarelli, Demetrio López, Gerardo Laffite, Daniel Greco, Pachi Barreiro, Alfredo Rizo, Juan Lepore, Nicolás Fiore, Ignacio Montesinos, Julio Pallero, Juan Carlos Mastrángelo y Martín Pugliese.




Die Farbe (Alemanha, 2010)

Vencedor do prêmio de Melhor Ficção no Cinefantasy, e em vários outros festivais pelo mundo afora, o alemão Die Farbe é uma adaptação do conto A Cor Que Caiu do Céu de H.P Lovecrafat - na resenha de Whisperer in Darknees, eu havia falado o quanto era difícil adaptar Lovecraft - o diretor Huan Vu faz aqui um belo trabalho - filmado em preto e branco, e com uma atmosfera sombria - a misteriosa trama traz o jovem Jonathan Davis, que busca o pai desaparecido desde a segunda guerra mundial - Em sua procura, ele chega a um isolado vilarejo, e escuta a história de um dos moradores - relata que na região caiu um meteoro, alguns cientistas tentaram estudar, mas ninguém chegava a uma conclusão - uma família vizinha é gravemente afetada, e sofre as consequências que o ocorrido trouxe ao local. Incrédulo diante da história do estranho homem, Jonathan, mesmo sobre os avisos, vai a floresta buscar o pai. O interessante e estranho, é que a ameaça alienígena não é um monstro - é uma cor, sem forma, que faz as plantas e frutas crescerem com um sabor amargo, animais morrem sem explicação - e pessoas são levadas a demência - Este conto é considerado uma obra prima do autor, e foi transcrito com competência para o cinema pelo diretor.

Direção: Huan Vu
Elenco: Erik Rastetter, Michael Kausch, Ingo Heise, Marco Leibnitz, Olaf Kraetke, Marah Schneider, Ralf Lichtenberg



domingo, 11 de dezembro de 2011

Diário de Bordo Cinefantasy - Dia 01/12

12 filmes em 3 dias, era o que faltava para terminar. Neste dia, encaramos a ficção científica Kaydara, o grego Frost, o mexicano Los Infectados, o brasileiro A Noite dos Chupacabras, e o inglês brucutu A Day of Violence - então, vamos lá.

Kaydara (França 2011)

Feito por fãs para fãs - o francês Kaydara é ambientado no universo Matrix - Assim como Star Wars, os irmãos Wachowisk deixaram um universo a ser explorado. O filme narra a história de Kaydara, um mercenário, que não acredita na profecia dos humanos sobre "O Escolhido" (aqui o nome Neo não é citado, provavelmente por direitos autorais), e parte em uma missão para matá-lo. Kaydara tem os poderes semelhantes ao do escolhido.  Com efeitos especiais e coreografias de lutas que não deixam nada a desejar para o original, o filme segue entre sequências de ação impressionantes e muita pancadaria - mesmo não sendo páreo para enfrentar o escolhido, Kaydara não desiste de sua missão e encara até o último suspiro, o confronto só termina quando um dos dois estiver morto. Em meio a tantos filmes de horror, Kaydara é uma grata surpresa no festival, e irá impressionar muito aos fãs da trilogia Matrix - e eu arrisco a dizer, que gostei mais deste ao terceiro da trilogia. Ainda deu pra curtir um divertido curta metragem na abertura: Ratrix.


Direção: Raphael Hernandez Savitri Joly-Gonfard.
Elenco: Alexandre Rodriguez, Savitri Joly-Gonfard, Guillaume Bouvete e Florence Rodriguez





Frost (Grecia, 2010)


Filme grego, que narra a história de três universitárias que vão morar em uma casa próximo a faculdade - porém logo ao chegar coisas estranhas começam a ocorrer, a casa parece estar assombrada - os eventos que ocorrem estão ligados a um espelho - que registrou uma tentativa de estupro e um assassinato anos atrás. Infelizmente é o filme mais fraco do festival, e dele não consegui encontrar nenhuma qualidade - os efeitos são ruins, péssimas atuações, roteiro e direção fracos. Filmes com baixo orçamento, não significa que seja ruim, basta esforço, criatividade e competência para cumprir a proposta do filme, o que aqui não foi feito.

Direção: George Pitsakis.
Elenco: Vasiliki Daliska, Eirini Margariti, Nikol Drizi e Takis Moschos




Los Infectados (México, 2010)

Produção mexicana que aborda o tema Zumbis, este que não podia faltar no festival - O filme acompanha Marcos, Claudia, Renato e garotinha Zoe - que estão refugiados em uma montanha, fugindo da infecção, que transforma os humanos em zumbis raivosos. O tema é mais do que batido, mas sempre tem espaço para novas histórias - o diretor tenta dar um tom real no relacionamento entre os personagens - Marcos está a beira da um ataque nervoso, e sua situação piora quando passa a ter que cuidar de Zoe, já que Claudia e Renato foram atacados. O filme levanta a questão moral de sobrevivência, Marcos pensa que Zoe seria um peso, e deixá-la para trás seria um alívio, mas como fazer isso? Suas atitudes fazem o expectador tomar ódio por esse personagem. Salvo pelas boas atuações, o diretor peca por não inovar no tema - e ao usar a câmera muito trêmula. tentando dar um tom real ao filme, acabou por prejudicá-lo por não saber trabalhar com a técnica.

Direção: Alejandro G. Alegre
Elenco: Marcos Duarte, Claudia Nin, Renato de Triana, Zoe Cuellar, Guillermo Jair, Mitzi Elizalde e Manuel Lozann.





A Noite do Chupacabras (Brasil, 2011)


Mangue Negro, foi um filme que fez sucesso nos festivais de filmes fantásticos no Brasil e no mundo, e parece que A Noite do Chupacabras vai trilhar o mesmo caminho. O capixaba Rodrigo Aragão volta as telas com um filme violento e divertido.

Douglas (Joel Caetano), um jovem do interior que tentou a vida na cidade grande, volta para a terra natal com a esposa grávida (Mayra Alarcón). Em casa, o pai está atrás de uma criatura que se alimenta do sangue de suas criações, criatura essa que o resto da família não acredita, pensam que os irmãos da família rival, os Carvalhos, são os responsáveis pelas mortes dos animais. Quando o patriarca aparece morto após sair em caçada a criatura - é o estopim para que a trégua entre as famílias seja quebrada, todo o ódio vem a tona.

Os Silva saem em busca de vingança - e começa então uma matança desenfreada - surge  Ivan Carvalho (Petter Baiestorf), o mais insano dos irmãos Carvalho, sente prazer ao matar, decapitar, xingar tudo quanto é tipo de palavrões, é o grande destaque entre o elenco. No meio desse confrontro, surge a criatura do título, o Chupacabras,  que ataca os personagens desprevenidos - outra figura estranha que surge é Velho do Saco, que aqui aparece como um feiticeiro, na cena mais aterrorizante do longa. No decorrer dos confrontos, Douglas e Ivan, tem que se unir para enfrentar o Chupacabras, com cenas de lutas e ataques bem feitas, estas que se devem a bela performance do ator que interpreta a criatura.

Vale a pena destacar, como Rodrigo aproveita a regionalização para construir os temas e os personagens de seus filmes - aqui, ele destaca brigas familiares por terra, também figuras míticas - lendas urbanas - temas comuns na região. 

Pena que falta espaço no filme, repleto de personagens, para um melhor desenvolvimento de alguns deles, como o Velho do Saco por exemplo - a personagem da atriz Mayara também acaba com pouco espaço, apesar de sua importância na trama. O elenco em si é bem afiado, belas atuações de Walderrama dos Santos como o Chupacabras e Cristian Verardi como o Velho do Saco (este personagem, merecia um filme só pra ele), o já citado Petter Baiestorf, o grandão Fonzo Squizzo como um dos irmãos Carvalho, Joel Caetano como Douglas, entre outros.

Rodrigo Aragão é um faz tudo, além de assinar o roteiro e a direção, ainda é responsável pela maquiagem - talentoso artista plástico, com muita criatividade, consegue construir personagens memoráveis - tanto que o Chupacabra - ganhou o prêmio no festival de Melhor Criatura - méritos de Rodrigo e Walderrama na construção da Criatura.

E que o cinema nacional olhe para diretores como o Rodrigo Aragão, Felipe M. Guerra, Denisson Ramalho - um gênero tão importante para o cinema mundial, merece um apoio melhor, e um reconhecimento do público.

obs: Também tive o prazer o conhecer o diretor Rodrigo Aragão, e alguns dos atores do longa, entre eles Mayra Alarcon, Fonzo Squizzo e Joel Caetano - só tenho a agradecer a toda simpatia e simplicidade desse pessoal.

Direção: Rodrigo Aragão
Elenco: Afonso Abreu, Alzir Vaillant, Cristian Verardi, Eduardo Moraes, Foca Magalhães, Fonzo Squizzo, Hermann Pidner, Joel Caetano, Jorgemar de Oliveira, Kika Oliveira, Markus Konká, Margareth Galvão, Margo Benatti, Mayra Alarcón, Milena Zacché, Petter Baiestorf, Raul Lorza, Ricardo Araújo e Walderrama dos Santos.







A Day of Violence (Reino Unido, 2010)

Filme inglês brucutu sobre um capanga que durante um serviço vê a oportunidade de ganhar um bom dinheiro e se livrar do seu chefe. Mas a história se complica, quando começa a trabalhar para um novo traficante, que estava envolvido com o dinheiro que ele roubou. Não é a toa que A Day of Violence foi o vencedor de melhor maquiagem/efeito - a história é brutal, e para retratar isso o diretor mandou ver na violência gráfica nas cenas de torturas, espancamentos, mutilações, degolas - daquelas cenas que você vira a cara para não ver. O problema do filme é quando descamba para a ação, cenas de tiroteio que fariam Dolph Lundgren (ator favorito do Perrone) corar de vergonha, além de atuações canastronas - o roteiro vai até bem, até revelar os motivos pelo quais levaram o protagonista a roubar - pena que se estende demais, e termina aquém do esperado.

Direção: Darren Ward
Elenco: Nick Rendell, Giovanni Lombardo Radice, Christopher Fosh, Tina Barnes, Victor D Thorn, Helena Martin, Steve Humphrey.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Diário de Bordo Cinefantasy - Dia 30/11

Depois da noite anterior, reunindo com a galera do Cinefantasy, e encarando uma noitada daquelas (lembrem-se, o que acontece em Sampa, fica em Sampa) - Acordamos cedo para encarar mais uma maratona de filmes, haja energético pra encarar. Neste terceiro dia, encaramos mais 4 filmes - o visualmente interessante Krokodyle, um suspense instigante em Patient 17, e os divertidos Planet of Vampire Women e Entrei em Pânico ao saber.... - vai aí a resenha de cada um - Na verdade estou um pouco confuso quanto a ordem dos filmes, mas tenho quase certeza que são esses - o importante é falar de cada um.

Krokodyle (Itália, 2010)

Visualmente fascinante e vencedor do prêmio de Melhor filme de Fantasia no Cinefantasy, Krokodyle vem arrebatando elogios pelo mundo afora. No filme, Kaspar é um jovem talentoso artista, que passa o tempo desenhando e criando um mundo fantástico, com personagens excêntricos. Cercado de amigos também excêntricos - um artista que cria estranhos seres com manequins, um cineasta fracassado, e uma fotografa que tem um estranho gosto pela morte. Conversando com eles, Kaspar junta idéias para criar um homúnculo - um pequeno ser, uma cópia de um ser humano, criado a partir de sêmen e sangue humano. A partir daí, Kaspar decide viver em seu mundo imaginário, deixando todos os seus amigos para trás - o que acontece é que, até onde o mundo real de Kaspar é realmente real, e não uma fantasia? Até onde seus amigos existem, ou são frutos de sua imaginação? Fantasia e realidade confundem também a cabeça do expectador.

Através de animações em Stop Motion, algumas realmente bizarras, uma linda trilha sonora, excelentes atuações - vamos acompanhando Kaspar e tentando entender sua mente - sonhos, pesadelos, lembranças compõem esse estranho mosaico de insanidade e fantasia.





Patient 17


Uma paciente misteriosa, com múltiplas personalidades - dois estagiários tentando desvendar a mente desta - um policial tentando descobrir o paradeiro de um criminoso pedófilo. Sonhos e alucinações, conflitos entre as personalidades. Patient 17 é um suspense instigante, que prende do início ao fim, o diretor Tuyet Le retrata o convívio da paciente com suas personalidades, cada uma mostrada como se fossem reais - em paralelo, a richa entre os dois jovens estagiários com seus diferentes interesses em entender e curar a paciente. O problema é que já vimos esse tipo de assunto de múltiplas personalidades abordado em outros filmes (Shutter Island, Clube da Luta...), tornando o final que tenta ser surpreendente; previsível.






Planet Of Vampire Women

Lindas mulheres vampiras, piratas espaciais, insetos gigantes, monstros, cyborgs - todos são personagens dessa ficção científica Z - Um filme com baixíssimo orçamento, efeitos especiais toscos e muito divertido, um filme daqueles que nos fazem rir do início ao fim. A história é sobre piratas espaciais, que após saquear um cassino, caem em um planeta, onde a Capitã é transformada em vampira após ser atingida por um raio (é isso mesmo) - O resto da equipe sai para tentar resgatar a líder, porém são atacadas poucos e vão se transformando em vampiras - quem se salva, tenta impedir a fuga das vampiras do planeta para evitar uma dominação dessa raça no resto da galáxia. 

Entre os personagens vale destacar a Clone, descrita como uma "clone do prazer" - linda e sexy - é a personagem mais hilária - que troca suas roupas (sempre curtas) com uma simples requebrada nos quadris - Destaque também para o personagem meio cyborg, meio humano (não me lembro o nome dele), que vive um dilema sobre ser uma máquina ou humano - que rende os diálogos mais engraçados do filme, como quando discute com o policial - "- Eu sou um humano!" / "Veremos, se eu cortar você, vai sair sangue ou fluído?". Monstros feitos de plastico, latex, isopor - tudo o mais artificial possível, dá um tom de homenagem a antigos filmes de Sci-Fi. Ah, para os marmanjos, sobra peitos e sangue para todo lado, nenhuma luta começa sem antes se rasgar a blusa das lindas personagens.





Entrei Em Pânico Ao Saber O Que Vocês Fizeram Na Sexta-Feira 13 Do Verão Passado - Parte 2 (Brasil, 2011)


O nome gigante já dá pra ver que o filme é uma sátira  (ou homenagem) a vários filmes Slashers adolescentes. O diretor Felipe M. Guerra realizou o filme com apenas R$ 3000,00  - o baixo orçamento é compensando com as cenas hilárias, e para quem conhece filmes de terror - as referências a vários filmes do gênero. A história se passa na cidade Carlos Barbosa - RS, sete anos após o massacre do primeiro filme (sim, houve um primeiro filme). Novos assassinatos começam a acontecer, e os sobreviventes começam a desconfiar que o assassino Geison voltou, já que se aproxima uma nova Sexta-Feira 13, nas mesmas condições primeiros assassinatos. Dentre as cenas mais hilárias estão a do advogado com a dominatrix e a beringela; as investidas do Guarda-Costas em Niandra, sempre fazendo referência ao filme Guarda-Costas - chegando a cantar a música tema. Mas o destaque mesmo, fica a cargo da atriz Dona Oldina, a avó do diretor Felipe M. Guerra, que tem um papel importantíssimo no filme - ela merecia receber um prêmio de menção honrosa. Tive o prazer de conhecer o diretor e sua avó, que estavam presentes na exibição - pessoas bacanas, que contribuem para produções do gênero no cinema nacional.






Com Felipe M. Guerra e Dona Oldina



quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Diário de Bordo CineFantasy - Dia 29/11

Segundo dia de Cinfantasy, começou aqui a verdadeira maratona de filmes - a Srta. Pri Ruiz ficou responsável por nos transportar para lá e pra cá, afinal tivemos sessões exclusivas e outras nas salas. Neste dia, assistimos a 4 filmes: O brasileiro O Guri, o argentino Sudor Frio, o americano #12 e o inglês Harold's Going Stiff.


O Guri (Brasil, 2011)


O Guri é um filme gaúcho, dirigido por Zeca Brito. Narra a história de Lucas, uma criança que mesmo antes de nascer, já era tachada como "amaldiçoada" por sua tia. O garoto cresce em um ambiente onde as mulheres aprenderam a sobreviver sozinhas, já que praticamente todos os homens estão em uma guerra. Lucas passa seus dias caminhando pelas lindas paisagens, pelas enormes pampas gaúcha, solitário, uma vez que não recebe atenção de sua mãe, e é rejeitado pela criada. Resta ao guri, descobrir a si mesmo sozinho, porém as coisas mudam com a chegada de sua tia. Em meio a manipulações e desejos, somos levados a crer no mito dos lobisomens. O filme merecidamente ganhou o prêmio de melhor trilha sonora no Cinefantasy - as belas músicas intercalam com as lindas paisagens e contrastam com a história de solidão, abandono, sofrimento dos habitantes da região.




Sudor Frio  (Argentina, 2011)

O cinema argentino ganhou visão nos últimos anos com o prêmio no Oscar, do belo Los Segredos de Tu Ojos. Porém filmes "do gênero", ainda são desconhecidos por aqui. O que me surpreendeu foi a qualidade técnica, impecável. Sudor Frio começa com o jovem Roman espionando sua ex-noiva, com ajuda de sua amiga Ali, estão em frente a uma velha casa, onde supostamente ela está com um cara que conheceu na internet. Ali, sua amiga flerta com o rapaz do chat, o mesmo que supostamente estaria com sua noiva, o que os dois não sabem, é que estão prestes a cair em uma armadilha. Dentro da casa escura, Roman e Ali descobrem dois senhores torturando uma jovem, daí tem começo a cenas de extrema tensão. Usando nitroglicerina, os velhos psicopatas prendem as jovens e as obrigam a resolverem questões matemáticas e lógicas. Roman, após salvar Ali, descobre sua ex-noiva encoberta de nitroglicerina - qualquer falha, pode causar uma explosão e matar a noiva e a si mesmo, para isso é preciso extremo cuidado para mover a garota, e levá-la a um lugar onde possa neutralizar a substância. O filme se perde a alguns elementos que são adicionados na história, porém não tem espaço para serem explorados, como as garotas zumbis, e os vizinhos traficantes. Boas atuações do elenco (marmanjos ficam de boca aberta com as belas atrizes), e uma trilha sonora frenética dão rítimo ao filme, que mesmo com algumas cenas inverossímeis, o diretor Adrián García consegue um bom resultado; Sudor Frio é um belo exemplar do cinema do gênero argentino e um exemplo para o cinema nacional.



#12


Eduardo Santana (Organizador do festival), contou uma história interessante sobre este filme; recebeu apenas um dvd, com a marcação em caneta #12, sem mais nenhuma informação adicional. Assistiu, ao que parecia ser um Snuff Movie, no final, apenas a exibição de um site, com vários videos que vão do #1 ao #11, ou seja, cada vítima tem número. Ao pesquisar, conseguiu descobrir os responsáveis e assim, as informações necessárias para a exibição no festival. Ah, esqueci de falar, não se trata de um Snuff Movie real. 

O filme começa quando uma câmera é ligada por um homem, que lendo o recado de "ligue-me", acha que foi deixada por sua esposa, com a câmera na mão, procura por ela, porém é abordado por alguns homens, que sequestraram sua esposa - e o obrigam a filmar, o que seria um snuff movie. O homem sai desesperado cumprindo as ordens dos homens, entre elas sequestrar uma conhecida prostituta - levando-a a um prédio abandonado, onde ela é submetida a torturas que ele teria que filmar, sob a ameaça de vida de sua esposa. 

Uma idéia fantástica para um filme - porém fica menos interessante quando muda para fuga dos homem e da prostituta pelo prédio, as cenas até geram uma tensão, mas fica parecido com muitos filmes "câmera na mão" que já vimos, além de não cumprir a proposta de um snuff movie que é de chocar o expectador. O final com a propaganda da "produtora" de filmes é sensacional. Segue o site http://www.renegade.cm.



Harold's Going Stiff (Inglaterra, 2010)


O Solitário Harold Gimble sofre de uma doença neurológica que afeta os membros e suas junções, deixando-o com dores e dificuldade de locomoção, conhecido por ser o primeiro a contrair essa doença, a mesma parece ter o efeito mais lento nele do que nas outras pessoas. O problema é que a doença em estado avançado torna as pessoas agressivas, que passam a serem rotuladas como zumbis, causando pânico na população. Um trio de 'caçadores' persegue e mata estes, com a desculpa de frear a disseminação da doença, mas na verdade parecem gostar de espancar os "zumbis"; e tem como alvo principal, Harold. No meio dessa confusão, surge a figura de Penny, uma enfermeira disposta a ajudar Harold, e durante as sessões de tratamento surge uma bela amizade, já que a enfermeira também é solitária e encontra no paciente, um amigo com quem pode contar todas as suas decepções amorosas. Harold se submete a ser cobaia de um tratamento médico que pode curar, porém avança o estado de sua doença. Narrado de forma documental, o filme mostra diversas formas de comportamento de seres humanos em frente a uma crise, há quem quer ajudar, há quem quer entender e há quem quer resolver tudo na força bruta. Se houvesse no festival, prêmios para melhor ator e melhor atriz, estes ficariam com a dupla que interpretou Harold e Penny (Andy Pandini e Molly Howe). Felizmente o filme arrebatou o merecido prêmio de melhor roteiro. Dirigido por Keith Wright, o filme é uma bela história de amizade, com um início divertidos e algumas cenas hilárias, mas reserva um final triste e trágico - não sei quanto aos meus colegas do juri, mas eu saí com um nó na garganta.


Diário de Bordo Cinefantasy - Dia 28/11

Como todos sabem, fiz parte do Juri Popular do 6º Cinefantasy - tivemos a tarefa de ver 21 filmes em uma semana - por regras do festival, não era permitido falar sobre os mesmos antes do resultado. Vou detalhar aqui meu dia a dia no festival, no 1º dia, tive a oportunidade de ver apenas um filme, segue uma breve resenha sobre o mesmo. 


The Whisperer in Darkness (EUA, 2010)


Este filme é baseado na obra homônima de H.P. Lovecraft - a história se passa nos anos 30, onde um professor cético se vê envolvido em eventos sobrenaturais, e mesmo com várias provas a sua frente, se recusa a acreditar. Diante da insistência de alguns moradores locais, o professor Albert Wilmarth acaba fazendo parte de uma conspiração alienígena. A ambientação do filme é muito bem feita, cenários, figurino, fotografia -  retratam bem os anos 30 - diálogos dinâmicos, boa trilha sonora contribuem para um clima crescente de tensão. Pena que o diretor opta por usar efeitos em CG para revelar as criaturas no final do longa, os fracos efeitos acabam por prejudicar o andamento do filme. Adaptar Lovecraft é complicado, poucos diretores conseguem mostrar na tela, o que ele escrevia. Mesmo que irregular, é um belo trabalho do diretor  Sean Branney.